4 de julho de 2008

Sabes meu amor

Sabes meu amor, pensava que o amor ia diminuir ou mesmo acabar quando finalmente estivesse a milhares de quilómetros de ti e das nossas recordações, mas nada mudou. Nem a mágoa nem a saudade. Tudo continua igual. O amor, muitas das vezes parece aumentar, mesmo quando estava perto de ti mas não me vias. Até quando te odiava eu estava lá. Eu estava lá sempre, mas nunca o quiseste ver. Ou talvez te tenham tapado os olhos, como eu todos os dias me tento mentalizar que foi outrem e não tu. Continuas num pedestal, longe do alcance de qualquer ser humano que não eu, coberto por uma magia que penso sempre existir em volta de ti, magia essa que te torna perfeito a meus olhos. Apenas aos meus olhos, mais ninguém te enxerga dessa maneira. Ninguém te conhece da maneira que eu conheço. Ninguém. Nem nunca vão conhecer quem eu conheço, da maneira que eu conheço. Nunca, nem ninguém. Conheço-te de cor, és tão transparente para mim que prevejo aquilo que vais dizer ou fazer antes de algo acontecer. Aquilo que somos não é química, nem telepatia, é amor. Amor que pelo teu lado ainda não foi descoberto nem sei se algum dia irá. Perdi a conta a todas as vezes que dizias que me amavas e tudo não passava por enganos gerados pela tua cabeça, magoando o meu coração sempre. Não são só as mágoas que magoam mas sim o amor nunca sentido mas sim pronunciado. Enumeras vezes. Sou um erro, aquele erro que incondicionalmente te ouvia e limpava as tuas lágrimas. O mesmo erro que me levou a pôr-te à minha frente. Fazer de ti a minha prioridade. Ver-te reflectido em mim, mas nunca o contrário. Talvez a minha ilusão tenha sido sempre essa, mas nunca tenha sido concretizada. Passei de amada a adorada, e mais uma vez a amada. E o filme repetia-se assim, vezes e vezes sem conta. Perdoava-te o mundo se fosse preciso, tu sabes que sim. O problema é que nunca quiseste saber, apenas quando estavas magoado me exigias o mundo com falinhas mansas e coração aberto. Não sei se foste tu que mudaste comigo ou se fui eu que temi mudar contigo depois de tantas mágoas. A verdade era pior que eu esperava. Eu era a amiga. E sempre fui apenas a amiga. A distracção. O erro. Mas nunca o destino. Esse se calhar ficou guardado para outrem que irá retribuir o mundo que te dei a ti, e sempre aceitaste. Nunca hesitaste. Agora quem hesita é a mágoa e o amor, que teima em ficar mesmo quando te vejo de mãos dadas com o teu destino, por um tempo indeterminado. Mas não para sempre, assim espera a minha alma. 

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