12 de abril de 2008

Acreditar

Eram exactamente 00:59 mas o tempo parecia não andar. Ela estava sentada no chão com os braços à volta das pernas a baloiçar para a frente e para trás. Tal e qual como as crianças fazem. Há medida em que Ela pensava as lágrimas caiam pelo rosto abaixo. Ela agarrou o telemóvel e pensou "Que coisa tão superfícial e mesmo assim o meu desejo era só que ele tocasse". Mas manteve-se em silêncio ao longo da noite toda. Ela continuava acordada e já eram horas de sair para o trabalho. Ele sim Ele já não existe, mas Ela continua a existir mas sem forças para viver. Aquilo tinha simplesmente acabado. Ele tinha deixado-a simplesmente. Ele tinha traído-a. Só ele! Mas quele "Ele" valia por todos. Ela não tinha forças. Não tinha nem queria ter forças. Essa era a verdade. A única palavra que surgia na cabeça d'Ela era "Saudade". A mesma saudade que ela sentiu quando Ele partiu em busca da sua liberdade. E quando voltou, prometeu TUDO. Mas tudo mesmo. Até um anel de "compromisso". Nesse momento Ela pensou "compromisso" que grande cinísmo. Logo à primeira oportunidade fugiu como se tivesse medo de ficar preso. Agora, dois anos depois foi em busca do mesmo. Daquela tão desejada liberdade. Agora sim, vai ter a liberdade toda. Porque Ela vai ter saudade, mas Não vai perdoar nem viva nem morta. A isso se chama narcisismo, ele quis saber e Ela respondeu: "Refere-se a alguém que se preocupa demasiado consigo próprio, considerando-se superior a todos incluindo seus amigos e sua familia. Tem necessidade de estar só. De sentir mais amor próprio que amor para dar". Mas Ela tinha uma definição e era simples. "Sujeito Egoísta". E ao fim de mais de 15 horas no mesmo sítio, Ela levantou-se e foi tomar banho. Limpar-se daquele ódio todo"

(Limito-me a acreditar que um dia vou deixar de odiar-te)

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