12 de abril de 2008

Enganos

Segredei-te ao ouvido palavras de amor que mais pareciam um murmurar, de tão baixinho, tudo em busca do teu olhar perdido nos meus erros. Mais uma vez foi em vão, o coração pedia para insistir mas o medo persistia em atrapalhar mais uma vez. Mas desta vez já não estava amarrada a um passado que por mais que o baú de memórias estivesse trancada, persistia em atormentar o presente. Se tudo fosse feito de vontade, respeito, doçura e sonhos, eu acho que já tinha-me libertado de tais correntes que atormentam o dia de hoje. (para variar já são horas. De quê? De fugir.) Agarrei-te na mão como se te quizesse invadir o teu próprio mundo, e para minha felicidade retribuiste o gesto e senti os teus dedos a entrelançarem-se nos meus, tal como a alma perdeu mais de metade do peso dos erros e enganos. Queria-te pedir para me voltares fazer sentir tudo o que senti a cada dia que passava, lentamente tal como as horas do relógio de paredes. (Que feliz que parece o cucu, enganos.) Sim enganei-me quando julgei que estavas a ceder lentamente, no momento que olhei para ti e sorri retiraste a mão e voltaste para o teu mundinho, vidrado num lugar bastante distante daquele onde estavamos. Amor, desculpa meu amor por ter te magoado como magoei, por ter-te retirado a força que dizia sentir, por ter sido mais uma vez enganada pelo passado. O coração já não sentia, a alma ja não sorria e eu já não temia. Agora falta só uma coisa, e não é aprender a amar. Juro-te coração, amei tanto que perdi a noção do que era o amor. Amor, amor e amor. Amor esse que escondeu-se com medo que pudesses desaparecer com ele, mais uma vez. E desta vez, é de vez. (Enganos.)

Enganei-te coração? Enganei-me amor. Esconde-te num cantinho do coração e foge dos minutos que temo perder o controlo.

Apetece-me fugir e ser criança de novo, e sujar-me com algodão doce e chupas em forma de coração.

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